Tempo de leitura Postado em 09 de setembro de 2022Atualizado em 18 de janeiro de 2023
Degustar um bom vinho é uma experiência de requinte e prazer, uma excelente opção na hora de convidar os amigos para um jantar. Mas quais tipos de vinho escolher em cada ocasião? O que combina ou não com alguns alimentos ou refeição?
Ler as informações no rótulo, verificar qual tipo de uva, porcentagem de álcool, quem produziu ou qual a região da vinícola podem fazer a diferença na hora de decidir qual garrafa levar. Afinal, os tipos de vinho não são diferenciados apenas em tinto, seco ou branco.
Vamos então saber um pouco mais sobre a classificação dos vinhos, os diferentes tipos de uva, as características e qual vinho combina com qual tipo de refeição? Continue a leitura e fique por dentro do assunto.
Os brasileiros amam vinhos: verdade ou mentira?
A popularidade do consumo de vinho entre os brasileiros aumentou bastante nos últimos anos. A alta na comercialização desse tipo de produto tem sido associada com a pandemia e o isolamento social. Beber um vinho no conforto de casa passou a se tornar um evento comum. Assim como pelas vantagens dos serviços de venda online com entrega em casa.
Entre 2020 e 2021, o consumo de vinhos pelos brasileiros saltou de 2 litros para 2,8 litros, o que significa um aumento de 30%, segundo pesquisa divulgada pelo jornal O Estadão.
Neste ano, as vendas aumentaram ainda mais. Dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) confirmam que a barreira por 2 litros de consumo de vinho foi rompida durante a pandemia. Em fevereiro de 2022, os vinhos finos atingiram 1,2 milhões de litros. Os espumantes, em janeiro, atingiram a marca de venda de 1,1 milhão de litros. E as marcas nacionais estão sendo mais aproveitadas.
Outro dado, da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), também especifica o aumento do consumo de vinho entre os brasileiros. Em 2021, pela primeira vez, houve um aumento na procura por bebidas de maior qualidade. Foram comercializados 217 milhões de litros de rótulos finos, enquanto os vinhos de mesa responderam por 205 milhões das vendas, aponta a pesquisa.
Uma breve história do vinho pelo mundo!
A História conta que as primeiras vinhas datam da Idade da Pedra, entre 7 mil e 5 mil anos, antes de Cristo, e foram encontradas na Geórgia, na região do Cáucaso, e datam da Idade da Pedra. Acredita-se que os vinhos tenham surgido também nesse período, apesar de as primeiras prensas e outros equipamentos vitivinícolas terem sido encontrados na Armênia em 4.000 a.C.
Livros sagrados do Século VII antes de Cristo também citam referências sobre a fabricação do vinho. Mas a classificação dos tipos de vinho é creditada aos portugueses, isso no Século 18. Segundo consta no relato de historiadores, o primeiro-ministro português da época, Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês do Pombal, criou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, um órgão governamental que tinha como objetivo principal delimitar, regulamentar e proteger as áreas de produção do vinho do Douro, o famoso Vinho do Porto.
A exportação do vinho português passou a exigir algum tipo de controle, leis e normativas e a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro criou normas que regulamentavam o processo de produção das uvas, a quantidade máxima de produção a cada safra, o preço de venda dos frutos para as vinícolas, a qualidade de cada lote fabricado e a comercialização do produto para dentro e fora do país.
Tipos de vinhos: da classificação às uvas mais tradicionais
A classificação dos tipos de vinho começou assim, pelo nome da região de produção. Os rótulos também exibem a sigla DOC (Denominação de Origem Controlada) e cada país possui regras próprias para a classificação.
Aqui no Brasil o processo de certificação das viníferas teve início em 1995 e possui três categorias. os vinhos de mesa, que são produzidos com uvas não viníferas, em qualquer lugar do país; os Indicação de Procedência (IP), que, comprovadamente, são provenientes de uma determinada região geográfica; e os de Denominação de Origem (DO), que são os vinhos fabricados em regiões específicas, sob métodos de produção rigorosos e previamente estipulados.
No Rio Grande do Sul estão as principais regiões produtoras de vinho nacional. A primeira delas foi certificada em 2002, na região do Vale dos Vinhedos, e concedeu aos produtores da região o direito a etiquetar os rótulos dos vinhos produzidos dentro do padrão exigido com o selo de Indicação de Procedência, concedido pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).
Dez anos depois, a Aprovale reconheceu o Vale dos Vinhedos como região DO (Denominação de Origem). A única região vinífera do Brasil autorizada a exibir o selo DO nos vinhos que cumprem as exigências de obtenção da classificação.
Outras regiões viníferas também obtiveram reconhecimento do selo de Indicação de Procedência aos produtores das regiões de Monte Belo, Pinto Bandeira e Altos Montes, todas localizadas no Rio Grande do Sul.
O Nordeste também produz vinho, na região do Vale do Submédio São Francisco, na divisa da Bahia com Pernambuco, mas ainda não garantiram o reconhecimento.
Nas lojas, supermercados ou casas especializadas em vendas de vinho também encontramos a classificação por tipo de uva, que determina o sabor de cada bebida entre os tons mais suaves e outros mais amargos.
Uva Cabernet Sauvignon
A uva Cabernet Sauvignon é a mais popular entre os vinhos de mesa e, geralmente, são tintos, secos e balanceados no amargor e aroma. A uva Malbec também é valorizada na produção de vinho de mesa tinto e seco, com sabor mais encorpado e amargo que a Cabernet.
Uva Merlot
A Uva Merlot apresenta um aroma mais frutado e sofisticado e também produz bons vinhos de mesa tintos e secos. Outra uva que produz bons vinhos de mesa é a Pinot Noir, pela suavidade do sabor.
Uva Tannat
Uva Tannat, diferente de todas as outras, tem coloração intensa e é recomendada para preparar vinhos de mesa tintos e secos, com adição de outros vinhos, geralmente, para ser suavizada.
Uva Chardonnay
Uva Chardonnay é uma uva branca e nobre, muito usada para espumantes e vinhos brancos, além de champagnes.
Além do processo de certificação que legitima os vinhos brasileiros é importante conhecer a classificação dos tipos de vinho pela graduação alcoólica e o estilo da bebida por aspectos da composição.
As cores estão associadas com os tipos de uva ou processo de fermentação. O vinho tinto é feito com uvas vermelhas ou roxas. O vinho branco com fermentação de uvas sem casca. O vinho rosé usa pouca coloração no processo de fermentação.
Existem cinco diferentes tipos de vinho: os de mesa, os vinhos leves, as champagnes, os vinhos compostos e os vinhos licorosos.
Vinhos de mesa - possuem graduação alcoólica entre 10 a 13° e variam entre finos, nobres, especiais, comuns, frisantes ou gaseificados.
Vinhos leves - Os vinhos que tem graduação alcoólica entre 7 a 9°.
Champanhes - os vinhos tipo champanhe possuem teor alcoólico entre 8 e 11°
Vinhos compostos - contém adição de outros produtos, possuem graduação alcoólica de 15 a 18°.
Vinhos licorosos - possuem textura mais grossa, têm graduação alcoólica de 15 a 18°
Outro ponto importante no sabor é o teor de açúcar dos tipos de vinho. O vinho seco vem com até 5g de açúcar por litro. Entre 5 a 20g de açúcar são produzidos os vinhos demi-sec. Já os vinhos tintos vêm com mais de 20g de açúcar por litro.
Harmonização de vinhos: como combinar uma refeição especial?
A harmonização dos diferentes tipos de vinho é combinada pelos perfis de sabor, mais conhecidos como: ácidos, gordurosos, amargos, salgados, doces e os de álcool.
Basicamente, os vinhos ácidos vão bem para acompanhar doces ou comidas gordurosas. E se a refeição for um prato mais salgado, não é bom usar o vinho ácido. Já os vinhos mais amargos contrapõem o sabor de comidas mais doces.
Vinho branco combina com saladas, pescados e frutos do mar. O vinho doce pode contrapor pratos e petiscos salgados e condimentados, como algumas comidas asiáticas. E se a refeição for um bom churrasco ou um prato mais gorduroso, aposte no sabor da champagne.